Uma espécie de planta aquática muito rara e ocorrendo, em Portugal, somente nas lagoas, charcos e zonas inundadas das partes mais altas da Serra da Estrela. É uma planta muito selectiva quanto ao seu habitat, enraizando somente em zonas pouco profundas, como por exemplo, nas margens das lagoas e charcos glaciários oligotróficos (com reduzidas concentrações de matéria orgânica).
Estas lagoas e/ou charcos glaciários comportam águas pobres em nutrientes, provenientes somente da precipitação e do degelo durante a Primavera, possuindo um grau de acidez ligeiro a moderado e onde a decomposição orgânica é extraordináriamente lenta, constituíndo assim, um ecossistema raro, muito específico e fortemente condicionado pelo contexto envolvente.
A acumulação de nutrientes, principalmente devido ao aumento da poluição (ex. descarga de esgotos a céu aberto, como temos oportunidade de constatar na zona da Torre; a deposição de grandes quantidades de sal e a disseminação de lixo por toda a zona do planalto estrelense), é uma autêntica "bomba biológica", que tende a por em risco este tipo de vegetação, que ao contrário do que acontece na Estrela, onde ainda é constatável a sua presença, esta já é rara e praticamente residual em muitas zonas da Europa.
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