domingo, 3 de agosto de 2008

Habitantes (5): Truta comum (Salmo trutta fario)

Espécie indígena da Europa. Em Portugal encontra-se nos rios do Norte e Centro e, mais a sul, no troço superior do rio Zêzere e no rio Sever.


Cabeça e olhos grandes. Mandíbulas com dentes agudos e fortes. A maxila superior ultrapassa o nível posterior do olho. Coloração muito variável com a idade e o habitat. Geralmente dorso castanho a cinzento esverdeado, flancos esverdeados ou amarelos e ventre esbranquiçado ou amarelado. Corpo salpicado de manchas negras e vermelhas. Barbatana adiposa alaranjada na extremidade.

Peixe territorial, vive em águas correntes (embora consiga adaptar-se a lagoas), bem oxigenadas, límpidas e frescas. É uma espécie muito sensível à poluição e à elevação da temperatura, estando claramente ameaçada a sua existência. Na Serra da Estrela é possível encontrá-la em praticamente todos cursos de águas superiores, inclusivamente em algumas lagoas, tais como a lagoa do Vale do Rossim.


Espécie muito voraz, encontrando-se no topo da cadeia alimentar ao nível dos peixes de rio. Alimenta-se principalmente de invertebrados, larvas de insectos aquáticos e pequenos peixes.

Desova no Outono-Inverno, em locais de fundos pedregosos, em águas pouco profundas, frias e bem oxigenadas. Normalmente migra para montante em busca de zonas de postura. Os ovos são depositados em depressões escavadas pela fêmea no leito dos rios.


Para além das questões ambientais, outra das principais ameaças à sua existência foi a introdução (repovoações realizadas) de espécimes oriundos de outros cursos (inclusivamente doestrangeiro), afectando irreversivelmente a cadeia genética dos espécimes autóctones, não se sabendo ao certo as repercussões nas gerações futuras, principalmente ao nível da imunidade a algumas doenças.

A sua pesca é extremamente desportiva e o seu carácter esquivo e selectivo faz com que a sua captura seja carregada de simbolismo.