sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sabia que...

Sempre tive curiosidade em saber como eram construídas ( e o material que utilizavam) as barragens da Serra da Estrela.

Foi algo que sempre me fascinou e que, provavelmente, passa ao lado de 99% (número de cabeça, tendo em conta a opinião de familiares e amigos que tive a oportunidade de questionar) do cidadão comum que visita a Serra da Estrela e que tem a oportunidade de usufruir dos seus "encantos aquáticos".

Com um pouco de dedicação a um tema tão pouco falado, de uma área de engenharia "oculta" e que contempla termos tão técnicos como desconhecidos, fiquei a saber que a grande maioria das barragens da Serra da Estrela, principalmente as mais antigas, são construídas em arcos de alvenaria. São exemplo a barragem do Covão do Ferro (em cima), a barragem do Vale do Rossim, a Lagoa Comprida, (entre outras) especialmente conhecida pelos 3 arcos de alvenaria em granito com um total de 1200 metros de extensão. Uma construção célebre (iniciada em 1912, finalizada em 1914 e com alterações introduzidas em 1934 e 1965) e de grande importância ao nível da engenharia, tendo em conta o período em que foi feita e às adversidades do próprio contexto.

Este método de construção é um dos métodos mais antigos de concepção de represas, sendo muito utilizado em Portugal até à proliferação e desenvolvimento do betão.

Embora as barragens de alvenaria fossem de fácil concepção, fiáveis e muito resistentes, tinham algo que acabou por ser a sua "morte" nos tempos modernos, onde o relógio controla a vida: a morosidade de construção.

O betão, mais moldável e menos dispendioso tem como "ponta de lança" o facto de ser menos moroso na sua utilização (logo mais rentável), pondo praticamente fim a um material e técnica de construção que desafiou a mente criativa e o físico do ser humano.

Vou continuar a procurar informação sobre estes temas, de modo a trazer à baila um pouco do desconhecido da nossa serra. Não é fácil, mas é isso que me cativa...

4 comentários:

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Bem interessante este texto. Uma coisa é certa, é inegável que o impacto visual destes paredões é bem menor do que daqueles que, posteriormente, começaram a ser feitos em betão.
Uma pessoa até lhes encontra uma certa beleza...

TPais disse...

Olá Nuno, um leitor lá do Cantaro deixou o seguinte link para uma página com bastante info sobre algumas lagoas da Serra:
http://snirh.pt/snirh.php?main_id=
1&item=2.2.2&objlink=&objrede=

(copia todo o link)

Abraço
TiagoP

Anónimo disse...

Obrigado Tpais. Já conhecia a página. É útil ao nível das características e "operacionalidades" das barragens.

Gostava era de encontrar informação relativa às técnicas de construção (com linguagem acessível) e pouco de história sobre as mesmas.

Boa semana...

Anónimo disse...

Caro Nuno
Este texto está muito bom e sem duvida que é um tema muito pouco explorado.
A grande maioria das barragem na SE foi concebida/concretizada pela antiga EHSE (empresa hidrelectrica da serra da Estrela). Talvez isso ajude nas suas pesquisas. O impacto do betão vai mais longe que o simples aspecto visual. Na SE as águas são moles (pouco ou nenhum CaCO3) mas nas novas construções as águas são "contaminadas" alterando a sua dureza.
Cumprimentos